quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Motivo para casar-se

Rondando pelos portais de notícias da internet me deparei com uma manchete intrigante e resolvi ler todo o conteúdo da reportagem. Não era exatamente uma reportagem e sim mais um desses sites de paparazzi que inventam, aumentam, denigrem e até falam a verdade sobre artistas. Mas nesse caso específico era apenas uma notícia sobre o casamento anunciado de um conhecido artista. Depois de três meses juntos o casal resolveu anunciar que se casará no fim do ano.
Mas o que me deixou intrigado não foi exatamente o anúncio, mas o "motivo" que ele deu para o casamento:
"Ela me trouxe positividade", era o que dizia a manchete. A notícia, dava mais um motivo, e completava a frase supostamente dita por ele: "Estava meio perdido e ela me trouxe positividade...". 
Minha intenção não é comentar sobre o artista, nem achar que eles não possam ser realmente felizes. Mas me parece muito estranho, começar um relacionamento e resolver casar-se em pouquíssimos meses, enaltecendo a positividade que o seu futuro cônjuge lhe proporciona.
Quando conheci minha mulher, com pouco tempo de namoro, eu tinha certeza que ela era a mulher da minha vida. Não porque ela me trazia positividade, mas sim porque passei a conhecer seus atributos: lealdade, parceria, cumplicidade, honestidade, fidelidade e sobretudo o amor que havia entre nós. Com seis meses de namoro eu tinha certeza que não só iríamos nos casar, como também que nunca mais nos separaríamos. Mas é certeza absoluta mesmo, dessa que nunca tinha tido a respeito de nada em minha vida.
Quantas e quantas vezes eu vi casais (noivos) que quando falavam da expectativa do casamento, diziam que esperavam que fossem felizes e torciam que durasse para sempre. Eu sempre fiquei ressabiado, pois esse tipo de declaração não passa firmeza, a fortaleza necessária ao casamento, nem a certeza do amor eterno, ingrediente fundamental na convivência entre marido e esposa e na difícil arte do viver a dois, compartilhando momentos de prazer e de dor.
O casamento passa por muitos mais momentos de felicidade do que de tristeza; o inverso do que tentam nos vender por aí. Acredite, é uma bênção de Deus. O motivo que nos faz encarar essa aventura prazerosa passa primeiramente pelo amor, que puxa o respeito, a admiração, o desejo e tantos outros sentimentos. A positividade é somente um pequeno ingrediente dessa salada; às vezes não tem nada haver com amor. E se você está perdido, não espere que seu companheiro te traga tudo aquilo que somente você pode achar.

"Desejo!Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar..."
Frejat / Mauricio Barros / Mauro Sta. Cecília

sábado, 13 de agosto de 2011

Pais de verdade, exemplos e ações

Quando ouço a palavra pai, lembro-me imediatamente do meu; nada mais do que normal. Acredito que com quase a totalidade da população aconteça o mesmo. Independente do pai ser bom ou ruim, presente ou omisso, conhecido ou desconhecido. O imaginário nos leva a lembrar de uma figura que cumpriu ou deveria cumprir o papel de zelador e cuidador de nossas vidas.
E sempre que me recordo de meu pai e do seu papel eu sempre me lembro de uma fotografia que está presente em meu álbum de bebê. A de meu pai sentado, meio que deitado no sofá e eu no seu peito, deitado, como se ambos assistissem a tv. Essa imagem quer dizer muito para mim e sempre associo a dedicação e acolhimento. Pai e filho compartilhando o momento juntos. Sinônimo de família e amor.
Tive muitas lições de meu pai. Lições de amor, honestidade, gratidão, dedicação, trabalho, atitude, respeito, dignidade... Nenhuma lição foi imposta, pois para se dar exemplo é necessário somente uma coisa: ser verdadeiro. Os filhos são espelhos dos pais e se queremos educá-los é importante seguir à regra toda a regra. Mais conhecida como liderança através do exemplo. Daquilo que ensinamos devemos saber o bê-a-bá e executarmos com maestria, sem escorregões. Ser pai é mais do que ser somente líder, ser pai é ser super-herói.
Uma coisa eu aprendi nessa árdua e maravilhosa tarefa de educar um filho: quanto mais o tempo passa, mais acho que estou despreparado para ser um bom pai. Inicialmente achava isso ruim, considerava como insegurança, receio e despreparo. E não é que é tudo isso mesmo? Mas e daí? Graças a Deus eu sou assim, pois tenho o desafio de aprender com minha filha como ser uma pessoa melhor. O importante é que eu nunca subestime a minha doce tarefa e me ensoberba achando que sei e faço o suficiente para ela.
Como novo que sou nessa incumbência, pouca coisa sei de ser pai. Mas já me lambuzo com os gestos, os sorrisos, os sons e o prazer de estar com minha filha. Cada nova descoberta dessa fase, as manhas, as manias que temos que nos adaptar ou tentar corrigi-las.
Nesse dia desejo que você ame mais seu filho através de gestos e atitudes. As palavras são muito importantes e fortalecem os laços, mas são as ações que transformam o amor teórico, em amor prático.
Aos pais de verdade, de exemplos e de ações, como meu pai e como anseio em ser para minha filha, desejo um sincero Feliz Dia dos Pais.

Primo e Irmão

Essa semana recebi uma ligação. Código de área diferente, e número que não estava registrado em meu celular. Meus pais estavam viajando e associei imediatamente a uma chamada deles; nessas horas nos preocupamos,  pois não entendi o motivo de não utilizarem o celular. Tentei identificar a voz e constatei: era meu pai.
- Davi, é seu primo.
Abri um sorriso como de costume e iniciamos uma conversa boa. Meu primo-irmão estava do outro lado.
Hoje a distância entre cidades separam as nossas vidas. Que outrora foram ligadas por finais de semanas constantes nas viagens que fazíamos a Ilha de Itaparica. Eram momentos incríveis em que compartilhávamos experiências e crescíamos. Passamos da infância ao final da adolescência frequentando a casa da Ilha.
Fomos muito ligados e quando íamos para lá eu pedia muito aos meus pais para que ele fosse conosco. Meu primo era exemplar: bom menino, prestativo, inteligente, astuto, liderava as brincadeiras. Sempre teve um carisma de dar inveja. Nós o admirávamos, ele tinha uma estrela, brilho próprio.
Os anos passaram e nós não frequentávamos mais a Ilha, nossas vidas tomaram rumos opostos. Meu primo passava a frequentar festas, outras amizades, descobria o mundo da maneira mais difícil, se escondendo nas noitadas e bebedeiras. Teve uma filha, fruto de um relacionamento irresponsável. Não mudou sua conduta, era um comportamento descabido para uma pessoa, mais ainda, agora, para um pai. Aquele que deve dar exemplo.
Sempre que o via era um misto de alegria e profunda tristeza. Os dois primos diferentes vinham a minha cabeça e me confundiam. Sentia certo desespero ao ver um menino tão maravilhoso, que eu conheci mais do que muita gente que conviveu com ele,  deixar sua vida ficar tão menosprezada, tão sem valor.
Depois de alguns anos de vida desregrada, a família ficou em polvorosa com a notícia que tinha se tornado crente. Descrédito total. Poucos acreditavam que aquilo ia para frente e debochavam. A visão das pessoas em relação ao crente ainda é muito distorcida: pessoas fanáticas que não podem fazer nada, não têm liberdade. Venho esclarecer que se é fanático não é crente (em Cristo), pois a sua adoração deve ser feita de forma racional, do contrário, é impulso e emoção apenas. O crente de verdade tem mais liberdade do que qualquer pessoa, pois não está aprisionado a nenhum vício, ou então luta contra esse vício confiada e verdadeiramente em Deus. 
Vi pessoas da família dizerem que preferia aquele primo de volta. Essas são as pessoas mais egoístas, pois perderam um companheiro de solidão nas festas e não poderão compartilhar o seu vazio.
Hoje vejo meu primo firme na fé. Está casado e ajudando a sua igreja a crescer espiritualmente onde mora. Espero que ele tenha reencontrado aquele menino especial que conheci lá no início. Eu não tenho palavras, não consigo conectar frases que descrevam a alegria que tive em receber sua ligação nesta semana. Depois que ele desligou fiquei por vários minutos pensando na sua vida e agradecendo a Deus por ter modificado seu caminho. As suas palavras me comoveram, pois ele me disse que depois do culto em que estava, lembrou de mim e orou por mim. Hoje choro de alegria, como aquele pai que recebeu de volta o filho pródigo. Deus me deu de volta meu primo-irmão. Esse presente vou guardar para o resto da minha vida.

Que Deus abençoe você meu primo, meu irmão, guarde sua casa e sua família, dê-te perseverança em realizar seus projetos, amplie a sua visão espiritual e renove a sua fé constantemente.

Em Cristo,

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Porque nos apaixonamos por lugares

Uma das minhas maiores paixões é viajar. Uma sensação leve de sair da rotina, poder compartilhar momentos especias junto a quem amamos. Conhecer novas praças, nova gente, jeitos diversos, sotaques e culturas. Tive a felicidade de me unir a uma mulher que também compartilha dessa paixão. Juntos conhecemos cidades maravilhosas, outras nem tanto. O grande ingrediente das viagens, é, sem dúvida, a companhia. Se o lugar não é tão aprazível, ao menos, você tem com quem chorar ou rir ao seu lado.
Mas tem um lugar especial que me encanta os olhos desde que fiz pela primeira vez uma viagem com meu avô. É a Chapada Diamantina. Não consigo lembrar quantas vezes fui a Chapada. Perdi literalmente as contas. Fui com todo tipo de gente, levado por todo tipo de meio de transporte. Fui a noite, pela manhã, pela tarde. Por vezes fui apreciando a estrada outras com o pé no acelerador.
Já cheguei a rodar na estrada, passei por trombas d´água, andei ao todo centenas de quilômetros pelas trilhas. Já vi gente reclamando de subir umas escadas depois de eu ter visto o maior fenômeno natural da minha vida. Já vi gente sintonizada com o ambiente e outros que diziam que só tinha pedra naquele lugar.
Vi bandinhas de sopro, vi atrações culturais nas praças das cidades, vi pessoas humildes. Vi gente que me conheceu no mesmo dia me chamar para conhecer sua casa e sua família me oferecendo um verdadeiro banquete: palma cozida, arroz, feijão, ensopado de bode, salada de verdura, farofa de mandioca; um verdadeiro manjar.
É por essas e outras tantas que me apaixonei pela Chapada. Suas cidades históricas são um convite a um passeio bucólico, que respira arte, respira sabores e belezas naturais. Gosto de todas as atrações, mas não há como descrever a sensação de subir o Pai Inácio. Pegar o finalzinho da tarde, o sol se pondo. Sentir a brisa de cima do relevo, olhar para o nada, e se transportar por quilômetros, como que um pássaro que só tem o vento como jaula.
Talvez todo o descrito não seja agente primordial para explicar a vontade de voltar sempre a Chapada. A paixão não pode ser explicada somente por esses elementos. Existe muito mais. O algo mais que infelizmente não sei como descrever.
Só indo para conhecer e se apaixonar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Não com Cara de Sim

Uma vez ouvi de uma diretora de Recursos Humanos que nós deveríamos dizer um não com cara de quem diz sim. Um não com cara de sim: fiquei pensando naquilo.  Ela expusera a  frase tentando impactar os funcionários e suavizar a relação existente na organização, buscando relações mais humanas e uma forma menos rude em negar alguma coisa a alguém.Achei interessante aquela proposta e passei a me esforçar em seguir aquele conselho, principalmente agora que tenho uma filha para educar.
Não somos condicionados a dizer não. Dizer não gera embate, gera negação, gera conflito. Hoje temos menos capacidade de dizer não principalmente a pessoas que amamos. Temos problemas ao dizer não aos nossos filhos. Não é por acaso que vemos filhos mais mimados e menos educados. Filhos desajustados, sem limites e propensos a fracassarem no primeiro não.
Se temos uma situação em que ficamos menos tempo com nossos filhos, pelo que será que optamos: pelo fácil sim, sem obstáculos, sem conflitos, ou pelo difícil não com agruras e caras feiras? Nossa tendência é buscarmos preencher o espaço que não ocupamos pelo simples fato de tentar compensar aqueles momentos com horas agradáveis e evitar somente o descabido.
Vejo os dias de hoje como um desafio para convivência entre nós. Educar hoje é tarefa muito mais dura do que outrora. Passamos mais tempo trabalhando do que com a nossa família. Esses momentos devem ser usufruídos com sabedoria. Eu passei a minha vida observando a relação entre pais e filhos e até criticando e hoje estou com a tarefa de pôr em prática. É um desafio e tanto.
Peço todo dia a Deus sabedoria para mim e para minha mulher para lidarmos com nossa filha.
Estou buscando me especializar a cada dia na difícil tarefa de dizer não com cara de sim.